Mau hálito constante pode ser sinal de problemas de saúde além da boca

O mau hálito constante não é apenas uma situação constrangedora, pode ser um aviso de que algo na saúde precisa de atenção.

Embora muitas pessoas associem o problema somente ao estômago, especialistas alertam que, na maioria dos casos, a origem está na própria boca e que a halitose pode até estar relacionada a doenças mais complexas do organismo.

Quando o mau hálito constante passa a ser um alerta

De acordo com entidades odontológicas, cerca de 30% da população brasileira convive com a halitose em algum momento da vida.

Isso representa aproximadamente 60 milhões de pessoas.

A questão, além de causar impacto na autoestima e nas relações sociais, pode indicar problemas bucais, respiratórios e até mesmo doenças sistêmicas, como diabetes e alterações renais ou hepáticas.

Quando o mau hálito permanece constante mesmo após escovação, uso de fio dental e limpeza da língua, a recomendação é procurar ajuda profissional.

O cirurgião-dentista é quem tem a formação necessária para identificar a causa e indicar o tratamento adequado.

Principais causas do mau hálito constante

Os especialistas explicam que mais de 90% dos casos de halitose têm origem na cavidade bucal. Entre as situações mais comuns estão:

  • Má higiene bucal – quando restos de alimentos ficam presos entre os dentes e se decompõem, favorecendo a proliferação de bactérias.
  • Saburra lingual – acúmulo de uma camada esbranquiçada ou amarelada na língua, formada por células mortas, restos de comida e microrganismos.
  • Doenças gengivais – como gengivite e periodontite, que inflamam a gengiva e provocam mau cheiro.
  • Cáries – pequenos buracos nos dentes que acumulam bactérias e liberam odores desagradáveis.
  • Alterações na saliva – quando há pouca produção salivar, a boca fica seca (xerostomia), perdendo uma importante defesa contra as bactérias.

Além desses fatores, a higiene insuficiente de próteses dentárias, aparelhos e implantes também favorece o mau hálito.

Existem ainda causas extraorais que podem provocar ou agravar o mau hálito constante.

Doenças respiratórias como sinusite e amigdalite, problemas gastrointestinais e alterações metabólicas, como no caso da diabetes, também entram na lista.

Impactos na vida social e emocional

O mau hálito não atinge apenas a saúde bucal. Ele pode gerar sérios reflexos na vida pessoal e profissional.

De acordo com relatos da Associação Brasileira de Halitose (ABHA), algumas pessoas chegam a deixar empregos, desistir de relacionamentos e evitar convívio social por acreditarem que sofrem de halitose.

Esse peso emocional se explica porque muitas vezes há preconceito em torno do problema.

A vergonha e o silêncio dificultam a busca por ajuda, agravando o impacto psicológico.

Profissionais da área de saúde ressaltam que, em casos mais severos, pode ser necessário até o acompanhamento de psicólogos ou psiquiatras.

Mitos sobre o mau hálito

Um dos equívocos mais comuns é acreditar que todo mau hálito vem do estômago. Na verdade, essa causa é rara.

Outro mito é o de que balas, chicletes ou enxaguantes bucais resolvem o problema.

Eles podem até mascarar o odor por alguns minutos, mas não tratam a origem da halitose.

Também é importante destacar que nem sempre quem tem mau hálito percebe. Isso acontece por um fenômeno chamado fadiga olfativa: o olfato se acostuma ao cheiro e deixa de percebê-lo.

Por outro lado, existem pessoas que acreditam ter halitose, mas não têm.

Os especialistas classificam essa condição em halitose objetiva (quando o mau hálito é real e percebido por outras pessoas) e halitose subjetiva (quando o indivíduo acredita que tem, mas não se confirma clinicamente).

Essa distinção ajuda a entender o chamado “paradoxo da halitose” e reforça a necessidade de avaliação profissional.

Fatores de risco e hábitos que favorecem a halitose

Além das doenças bucais, outros fatores do dia a dia podem estar por trás do mau hálito constante. Entre eles:

  • Tabagismo e uso de drogas.
  • Consumo frequente de bebidas alcoólicas.
  • Uso prolongado de certos medicamentos.
  • Dietas restritivas ou jejum prolongado.
  • Acúmulo de placas nas amígdalas.

Esses elementos favorecem o ressecamento da boca ou a produção de compostos que intensificam o mau cheiro.

Prevenção e tratamento

A prevenção continua sendo o caminho mais eficaz para evitar a halitose. Especialistas recomendam:

  • Escovar os dentes após as refeições e usar fio dental diariamente.
  • Higienizar a língua com raspadores específicos ou a própria escova.
  • Manter a boca hidratada, ingerindo bastante água.
  • Evitar o uso excessivo de enxaguantes bucais sem recomendação profissional.
  • Consultar regularmente o dentista para tratar cáries e doenças da gengiva.
  • No caso de boca seca (xerostomia), podem ser indicados substitutos salivares para ajudar no controle do mau hálito.

Quando o problema está ligado a questões sistêmicas, o dentista pode encaminhar o paciente para outros profissionais de saúde, garantindo um tratamento adequado e completo.

Campanha nacional reforça o alerta

Para ampliar a conscientização, a Associação Brasileira de Halitose (ABHA) lançou em 22 de setembro a campanha nacional “Mau hálito persistente indica problema de saúde”, que conta com o apoio do Conselho Federal de Odontologia.

A iniciativa vai até 25 de outubro e busca combater o preconceito, esclarecer mitos e estimular o diagnóstico precoce da halitose.

Segundo a entidade, falar sobre o tema é essencial para quebrar tabus e mostrar que o mau hálito constante não deve ser tratado como algo meramente estético, mas como um sinal de saúde que exige atenção e cuidado.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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