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Neurologista: esses 6 alimentos podem turbinar sua saúde cerebral (e 3 devem ser evitados)
Você já parou para pensar que suas escolhas alimentares impactam diretamente não só o corpo, mas também o cérebro?
O que comemos influencia nossa capacidade de concentração, o equilíbrio emocional e até a prevenção de doenças neurológicas graves.
A conexão entre nutrição e saúde cerebral é profunda, embora ainda pouco valorizada no dia a dia.
No consultório, vejo com frequência como ajustes simples na alimentação podem melhorar a memória, o foco e o humor — e também contribuir para reduzir o risco de condições como Alzheimer, Parkinson e AVC.
Aqui, respondo às dúvidas mais comuns que recebo de pacientes e familiares sobre como a comida pode ser uma poderosa aliada da mente.
Alimentação e cérebro: uma via de mão dupla para a saúde cerebral
O cérebro é um órgão que consome muita energia. Ele representa apenas 2% do nosso peso corporal, mas pode consumir até 20% da energia que ingerimos diariamente.
Por isso, os nutrientes que fornecemos a ele são cruciais para manter a saúde cerebral.
Uma alimentação pobre em nutrientes ou rica em ultraprocessados pode causar inflamações, desregulação hormonal e alterações nos neurotransmissores (substâncias responsáveis por transmitir informações no cérebro).
Isso afeta diretamente o humor, a memória, o sono e a capacidade de concentração.
Por outro lado, uma dieta rica em alimentos naturais e variados fornece antioxidantes, vitaminas, minerais e gorduras boas que protegem os neurônios e mantêm as conexões cerebrais funcionando adequadamente.
Alimentos que fazem bem (e mal) para a saúde cerebral
Alguns alimentos são verdadeiros aliados da saúde cerebral. Destaco aqui os principais:
- Peixes ricos em ômega-3, como salmão, sardinha e atum, ajudam a formar as membranas das células nervosas e têm efeito anti-inflamatório.
- Frutas vermelhas (morango, amora, mirtilo) são ricas em antioxidantes que combatem o envelhecimento cerebral.
- Oleaginosas, como castanhas, nozes e amêndoas, fornecem vitamina E, que protege contra o declínio cognitivo.
- Vegetais verde-escuros (espinafre, brócolis, couve) contêm ácido fólico, essencial para a memória e para o bom funcionamento dos neurotransmissores.
- Abacate e azeite de oliva extra virgem são fontes de gorduras boas que ajudam na comunicação entre os neurônios.
- Ovos, especialmente a gema, são ricos em colina, um nutriente ligado à memória e ao aprendizado.
Por outro lado, alimentos que prejudicam a saúde cerebral incluem:
- Produtos ultraprocessados, como biscoitos recheados, refrigerantes e comidas congeladas industrializadas.
- Açúcares em excesso, que aumentam o risco de resistência à insulina e inflamação.
- Gorduras trans, presentes em muitos fast foods e margarinas, que podem comprometer a circulação sanguínea cerebral.
Evitar esses alimentos no dia a dia é um passo importante para proteger o cérebro e reduzir o risco de alterações cognitivas a longo prazo.

O que dizem os estudos sobre dieta e doenças neurológicas
A doença de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas estão associadas a processos inflamatórios crônicos e aumento do estresse oxidativo.
Evidências crescentes sugerem que dietas ricas em compostos antioxidantes e anti-inflamatórios, como a dieta mediterrânea, podem ajudar a proteger a função cognitiva.
Em relação ao AVC, a alimentação influencia diretamente fatores de risco como hipertensão, colesterol elevado e diabetes, todos preveníveis ou controláveis com dieta equilibrada.
Dietas da moda podem colocar o cérebro em risco?
Dietas restritivas ou da moda, especialmente aquelas que eliminam grupos inteiros de alimentos ou reduzem drasticamente a ingestão calórica, podem comprometer a saúde cerebral.
O cérebro precisa de uma variedade de nutrientes para funcionar corretamente.
Dietas extremamente pobres em gorduras boas também podem prejudicar a formação das membranas celulares dos neurônios.
Antes de seguir qualquer plano alimentar, é essencial avaliar se ele garante os nutrientes necessários para o bom funcionamento do corpo e da mente.
Consultar um nutricionista ou médico é sempre o melhor caminho.
Hábitos alimentares que favorecem foco, memória e bem-estar
Se você quer cuidar da sua saúde cerebral no dia a dia, aqui vão algumas recomendações práticas:
- Mantenha uma rotina alimentar regular, evitando refeições em excesso.
- Inclua variedade no prato: quanto mais colorido, melhor. Diferentes alimentos trazem diferentes nutrientes para o cérebro.
- Hidrate-se bem, já que a desidratação afeta diretamente a atenção e a memória.
- Evite o consumo de álcool e o excesso de cafeína, que podem interferir no sono e no humor.
Além disso, alie uma boa alimentação a outros pilares da saúde cerebral, como sono de qualidade, atividade física regular e controle do estresse.
O cuidado com o cérebro começa antes da doença, e ele começa pela boca.
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Sou neurologista, especialista em neurociência comportamental e cognitiva, com foco em como nosso cérebro molda pensamentos, emoções e comportamentos.
Meu objetivo é traduzir a ciência do cérebro de forma prática e acessível, ajudando pessoas a desenvolverem mais autoconfiança, equilíbrio emocional e clareza mental. Além disso, compartilho conhecimento sobre saúde mental, hábitos e produtividade, sempre integrando a ciência à vida cotidiana.
Instagram: @dra.mariliaganer