Tem sobrepeso? Veja o que a nova diretriz sobre obesidade e risco cardiovascular recomenda

A relação entre obesidade e risco cardiovascular ganhou destaque em uma diretriz brasileira recém-publicada, que promete mudar a forma de prevenção de doenças do coração.

O documento foi elaborado em conjunto pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e Academia Brasileira do Sono (ABS).

O ponto central da diretriz é que adultos com sobrepeso ou obesidade façam uma checagem do coração, de forma organizada, para saber em qual nível de risco se encontram.

Como será feita a avaliação do risco cardiovascular

A diretriz recomenda que pessoas entre 30 e 79 anos, com sobrepeso ou obesidade, façam uma análise detalhada do coração por meio de uma ferramenta chamada escore Prevent.

Esse cálculo estima a chance de a pessoa ter infarto, AVC ou insuficiência cardíaca em um período de dez anos.

De acordo com os resultados, o risco pode ser classificado em três níveis:

  • Baixo: quando a probabilidade é menor que 5% em dez anos, geralmente em pessoas mais jovens e sem outros fatores associados.
  • Moderado: quando o risco fica entre 5% e 20% em dez anos, incluindo pessoas que já têm pressão alta, colesterol elevado ou histórico familiar de doenças do coração.
  • Alto: quando a chance ultrapassa 20% ou quando a pessoa já teve doenças graves, como infarto, AVC, diabetes de longa duração ou doença renal crônica.

Esse acompanhamento ajuda médicos a identificar quem precisa de mais atenção e intervenções precoces, reforçando a ligação entre obesidade e risco cardiovascular.

Quando o sobrepeso se torna mais perigoso

O excesso de peso, por si só, já pode sobrecarregar o organismo.

Mas o alerta é maior em casos de obesidade associada a outras condições, como apneia do sono grave, diabetes, hipertensão e fibrilação atrial.

Nessas situações, cresce a possibilidade de insuficiência cardíaca, mesmo que a pessoa ainda não apresente sintomas.

Além disso, pessoas com obesidade grave (IMC acima de 40) também precisam de acompanhamento especial, já que apresentam risco elevado para complicações cardíacas mesmo sem outros problemas de saúde associados.

Segundo especialistas, olhar para a obesidade e risco cardiovascular de forma integrada permite planejar tratamentos mais completos, evitando que a doença cardíaca só seja diagnosticada em estágios avançados.

O papel das chamadas “canetas emagrecedoras”

Um dos pontos que mais chama atenção na diretriz é a recomendação sobre os medicamentos conhecidos como canetas emagrecedoras, que contêm substâncias como liraglutida e semaglutida.

Além de ajudarem na perda de peso, essas medicações podem reduzir complicações do coração em pessoas com obesidade.

O documento sugere, por exemplo, que pacientes com sobrepeso ou obesidade e risco cardiovascular moderado ou alto possam usar a liraglutida para perder peso e, ao mesmo tempo, diminuir a probabilidade de eventos como infarto.

Já a semaglutida pode ser indicada até para pessoas sem diabetes, mas que já apresentam alguma doença cardíaca estabelecida.

Essas recomendações reforçam a ideia de que tratar o peso não é apenas uma questão estética, mas sim uma forma de cuidar da saúde de forma integral.

No Brasil, milhões de pessoas vivem com sobrepeso ou obesidade, e muitas ainda não percebem o impacto direto que essa condição pode ter sobre o coração.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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